Eu sou um homem de merda.
Não sou capaz de maltratar as outras pessoas conscientemente. Da mesma forma, não sou capaz de maltratar os animais ou as plantas.
Não consigo fazer as pessoas precisarem de mim, porque o que eu mais quero é que cada um seja tão livre quanto queira.
Não consigo ter um relacionamento amoroso, porque se o amor é ciúme, posse, dor, desprezo, frieza, falta de carinho, falta de preocupação, egoísmo, então eu nasci para não amar.
Não sou forte e não consigo matar aqueles que cruzam o meu caminho. Nem mesmo empurrá-los ou desequilibrá-los.
Não consigo revidar a uma implicância; eu sorrio e deixo passar.
Não me imponho quando me intimidam; eu rio.
Sou um homem de merda, portanto.
A mim não cabem nenhuma das regalias dadas aos homens de verdade. E apesar de toda a vontade que eu tenho de mudar, eu não vou ser homem se isso significar qualquer uma das coisas que eu disse aí acima.
É isso que eu sou.
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