quinta-feira, 9 de abril de 2009

O ar é sempre mais opressivo quando a nossa mente mergulha em pensamentos confusos. E as figuras disformes que me acompanham no balançar do fim do dia nem sequer se preocupam com isso. Mas a sensação de que cada partícula do ar se força por entre as minhas células e tenta invadir esse lugar sagrado de onde eu analiso o mundo e que me diferencia dele, essa sensação me apavora.

Ao menos a luz é fraca. Fosse diferente, o mundo pareceria maior e mais aterrorizante. No entanto, é exatamente na luz fraca que se torna notável cada brilho a mais do mundo. As pessoas brilham, umas mais, outras menos, mas brilham. E é pensando nisso que eu me forço a passar por tal tortura a cada dia, buscando, sem explicações, brilhos fortes.

Sempre buscando, sempre olhando, sempre no escuro.

Hoje a luz foi ofuscada... Ah, sim, a luz pareceu inexistente frente ao brilho que vi em uma menina. Com olhos baixos, cabelo despreocupadamente dobrado e jogado de lado para evitar o calor, roupas tão despreocupadas quanto a arrumação dos cabelos e um ar de quem se sente também oprimida pelo mundo em seus pensamentos.

Há momentos no mundo em que realmente a sua volta pára. Não é que as coisas parem de ocorrer, mas pra nós, nada importa. E esse foi um deles. Parei à sua frente olhando tão alto quanto ela, na altura de seu umbigo... Um momento depois ela olhou nos meus olhos e a luz se apagou.

O mundo fugiu?

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