quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Desenho de uma personalidade

Por mais difícil que possa ser, pra algumas pessoas, aceitar esse ponto de vista, acredito que todos nós somos capazes de muito mais do que nos permitimos fazer. Eu quero dizer, com isso, que somos capazes de fazer todas aquelas coisas que são socialmente inapropriadas, dentre outras coisas.

Eu costumo pensar sobre isso porque eu gosto de ter liberdade, mas não a liberdade a que muitos estão acostumados, uma liberdade um pouco diferente, mais particular, uma liberdade de pensar e agir como eu tiver vontade. Muitas vezes isso não é possível, mas eu bem gosto de ir um pouco contra as regras sociais.

Nesses momentos eu lembro de inúmeras conversas que tive com a minha mãe nas quais eu contestava hábitos e regras sociais e dizia que não faziam sentido e que eu não iria concordar com eles. E aí ela dizia que eu ia ter que aceitar, porque viver em sociedade exige seus sacrifícios e suas abdicações.

De uma forma talvez um pouco menos entusiástica do que antes, mas nem por isso menos sincera, eu ainda contesto e questiono essas coisas, só que mais através das minhas atitudes do que pelas palavras. E, admito, também escolhi atitudes que atinjam mais as pessoas em suas crenças do que os bons costumes, etc. (afinal, não quero ser preso... ahahaha)

Mas o meu foco principal na verdade não era pra ser esse, a questão é que eu acredito que todos nós somos capazes de escolher exatamente como nós queremos ser e, por isso, tudo que acontece é culpa nossa. Mas, além disso, cabe a nós arcar com as consequências de sermos como somos.

No entanto, desenhar a sua própria personalidade não é fácil, é? Ser responsável por tudo que acontecer, direta ou indiretamente, devido ao que você é não é fácil, mesmo. E, por fim, SER quem você define que é não é fácil.

Como se não bastasse a dificuldade de se desenhar uma linda personalidade que se encaixe com tudo que você deseja, ainda lhe surge a dificuldade de ser como desenhou, porque parece que nós lutamos, inconscientemente contra esse desejo de limitar quem somos a uma única forma.

O que acontece então? Pessoas que aparentemente são uma coisa, mas não conseguem agir condizentemente com essa imagem; pessoas que aparentam ser uma coisa, mas intencionalmente se utilizam de sua capacidade de ser outra pra alcançar seus desejos; pessoas que conseguem seguir o que definem, mas mudam a definição quando for necessário, e assim também mudam o seu jeito de ser, etc.

Enfim, acho que eu pareço um pouco esse terceiro caso, mas, no fundo no fundo, acho que eu consigo não me prender a nenhuma definição, eu sou vários, por assim dizer.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso me lembra aulas de IHC (que pelo visto andam em alta comigo ultimamente XD): O problema é colocar o fator H, o Ser Humano.

Sobre esse negócio de desenhar a personalidade, é meio complicado mesmo. É difícil a pessoa chegar, se analisar, se entender, quem dirá traçar uma personalidade a partir disso e efetivamente aplicá-la.

Não é a toa que vemos os padrões de comportamento e perfil se repetindo como produção em massa. Fica mais fácil vender assim.

Se você é vários, por assim dizer, então bem vindo à oposição XD

A dificuldade, porém, não é desculpa. Somos integralmente responsáveis pelo que fazemos sim. E exatamente por isso é que devemos nos empenhar para superar essa dificuldade e definirmos bem nossas linhas de ação.

Coisa que estou tentando fazer... Espero que chegue lá...

P.S. - Quanto à questão de liberdades, dá uma reflexão e tanto... Talvez outra hora :P