segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Um caco de vidro que,
transparente e despretencioso,
se aconchega nesse coração.
Resultado do acúmulo de tanta areia
e um pouco de fervor de tempos em tempos.

Sem muita pressa o cultivei.
No entanto, notei que a beleza o tomava.
E sem querer admitir,
percebi também que a tristeza o fez.
E do fazer inequívoco sobreveio uma dúvida:
será mesmo vidro? Ou um diamante?

A diferença se nota pela luz...
mas na falta da mesma, a dúvida ficou.
Será que vale a pena fabricar vidro?

Então, certo dia, uma centelha se acendeu
e brilhou forte no pedaço refratário do meu coração.
E de súbito notei que a luz era perfeita...
que aquele corpo estranho era um diamante.
Formado, como uma pérola,
a partir das infelicidades da vida.
Ali estava um puro diamante.

E a luz ofuscou meus olhos para que não visse
que a beleza por trás dela era tamanha que,
logo em breve, o diamante seria o mais lindo dos presentes
que eu daria com prazer à sua dona.

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